A NATUREZA UIAA – Código da Montanha*
Valores: 3.
Preservação da natureza
Graças ao seu contacto com a natureza, os escaladores e alpinistas
desenvolvem uma consciência pela beleza de um meio saudável e a necessidade
de preservar a sua flora e fauna. “Não deixar marcas” foi sempre a chave
fundamental na nossa filosofia ambiental. Com a ameaça crescente aos
ecossistemas frágeis em regiões de montanhosas em todo o mundo, um dos mais
importantes compromissos da comunidade de escaladores é a protecção de
espécies de flora e fauna ameaçadas, tanto em montanhas, como em áreas de
escalada.
Máximas e normas éticas Artigo: 8.
Natureza e meio ambiente Máxima:
Os montanhistas e escaladores estão obrigados a praticar as suas
actividades de uma forma ambientalmente adequada e ser activos na
preservação da natureza nos seus campos de actividade. A sobrevivência de
biótipos frágeis que proporcionam refugio a espécies de flora e fauna em
perigo de extinção, depende de medidas de protecção específicas.
- Respeitamos as medidas para preservar o meio ambiente e procuraremos
que estas sejam seguidas pelos nossos companheiros de escalada.
- Se for possível, aproximamo-nos do nosso destino utilizando os
transportes públicos para minimizar o tráfego nos caminhos.
- Para evitar a erosão e não perturbar a vida natural, permanece-mos
nos caminhos durante a aproximação e descida e, em zonas selvagens,
elegemos o percurso mais “eco-compativel”.
- Procuramos reduzir as moléstias à vida natural ao máximo, evitando o
ruído elevado.
- Durante os períodos de corte e nidificação das aves que habitam as
falésias, estes habitats estão fora de alcance. Logo que tenhamos
conhecimento da existência de ninhos, devemos transmitir esta ideia aos
nossos companheiros e assegurar que estes estão longe destas áreas.
- Durante as primeiras ascensões, devemos ser cuidadosos em não
ameaçar os biótopos de espécies raras de plantas e animais. Ao equipar e
evoluir para outras possíveis vias devemos tomar todas as precauções
para minimizar o impacto.
- Não devemos apenas levar os nossos resíduos das áreas de montanha,
mas também aqueles que outros deixaram.
- Na ausência das instalações adequadas, ao defecar devemos manter uma
distância adequada das casas, acampamentos, ribeiras, rios e lagos, e
tomar todas as medidas necessárias para evitar danificar os ecossistemas
e assegurarmo-nos que não ofendemos os sentimentos estéticos de outras
pessoas. Em zonas altamente frequentadas com um baixo nível de
actividade biológica, os montanhistas devem ter o trabalho de levar as
suas fezes consigo.
- No montanhismo de grandes altitudes, o acampamento deve manter-se
limpo, deve evitar-se a produção de resíduos, e dispô-los adequadamente.
Todo o equipamento de escalada – cordas fixas, tendas e garrafas de
oxigénio – devem ser retirados da montanha.
- O consumo de energia deve ser reduzido ao máximo. Especialmente em
países com uma carência de madeira, evitar tudo o que contribua a uma
posterior deterioração dos bosques.
- Nos conflitos devido ao acesso, os proprietários da terra,
autoridades e associações devem negociar para encontrar soluções
satisfatórias para as partes.
- Tomamos parte activa na implementação de regulamentos especialmente
ao publicitá-los e contribuir para a infra-estrutura necessária.
- Junto com as associações de montanhismo e outros grupos de
conservação, seremos pró-activos a nível político na protecção de
habitats e o meio ambiente.
Nota: *Os pontos acima apresentados representam o código de
montanha da UIAA que será submetido a aprovação no próximo ano, dedicado à
natureza. O futuro código da montanha será o manual ético de referência que
a UIAA dirige aos montanhistas.
Tradução e adaptação para português de um artigo da revista espanhola
Desnível nº 185 de Maio de 02, denominado “Acesso e conservação –
regulamentação sim, mas razoáveis”. Excerto previamente traduzido por esta
revista, do site www.uiaa.ch.
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